O BLOG DA OPINIÃO BEM TEMPERADA

terça-feira, 12 de maio de 2009

A bailarina e sua beleza inexistente


Ao dançar envolvente, hipnotizaste, ela brinca com sua imaginação.

Entra na sua mente, fazendo conflitar o certo e errado.

Suspirando ao pé do ouvido a musica que ao fundo toca

Levando ao indago da existência, entre o certo e errado.

Ao jogar suas pernas no ar, ela brinca com seus suspiros, que já é maestrosamente comandada pelo olhar vibrante e centrado, porfiando sua concentração.

Como uma montanha suspensa, despenca pra lá e pra cá como se fugisse dos sopros da tempestade.

A musica tocada ao fundo contrasta com o ruflar dos tambores, numa batida e sopro dos ventos temperados da tempestade formada pela temperatura terrestre.

Frio, calor, nevoa, chuva...

Todos opostos num mesmo local.

O picadeiro, transforma-se no cenário que a mãe natureza sutilmente esculpirá, trazendo a realidade os pensamentos hipnotizado que dantes brincará.

Agora estamos todos despidos de vergonha vivendo a imaginação imposta pela Bailarina. Num jogo sinuoso onde todos paralisados, são obrigados a ver situações dantes nunca imaginadas.

São colocados e apresentados frente a frente um Deus e seu filho jogado ao fogo do inferno.

Comum num ar de sarcasmo, o filho pergunta ao pai:

Pai porque me abandonaste?

O Pai com sua ira, que assustará todos em sua volta lhes diz.

Meus filhos eu jamais abandonei um semelhante meu.

E então rapidamente a Bailarina linda com curvas de seu corpo esculpida delicadamente pelo criador, toma sua real forma e lhes diz:

 há há Somos todos Iguais?

Onde um pobre mendigo será comparado a um rei?

Sou um mendigo porem dantes a minha forma espantosa e fedida.

Sou a linda bailarina que lhes seduz.

O pai retruca.

Fiz-te como meus semelhantes...

Calado! O filho lhe grita com o ódio vivo em seu olhar.

E rapidamente o cenário que antes era um picadeiro se torna um grande tribunal de julgamento de pena de morte, sombrio e medonho.

Então o filho mais novo lhes diz.

Meu pai me abandonou para que possa derramar na humanidade meu sangue e lhes perdoarem pelos males dantes causados uns aos outros.

E rapidamente o primeiro filho grita.

E porque meu pai?

Porque me abandonaste...

Meu pai?

Porque minha ação não agradou? Mandou-me embora do seu paraíso, por que somos obrigados a viver como um súdito apenas obedecendo às ordens dadas jamais vivendo livre?

O pai naquela encruzilhada, sem saber o que dizer fica em silencio, e a platéia que assiste num ar de quem quer ver o circo realmente pegar fogo mandam-lhe uma vaia.

E o filho da um sorriso sarcástico.

O pai logo assume a postura correta e mais acertada na hora e lhe põem um castigo, transforma-o novamente na bailarina dançante.

Já com um gingado irritante, parecendo estar dançando por milênios. O filho retruca olhando ao seu irmão.

E você covarde, deixou um irmão seu ser escorraçado por milhares de anos, sua reputação foi de traidor... E você sabendo de tudo isso não fora capaz de defendê-lo?

Depois quem leva a fama de salvador é você?

Quando ao tratar do Senhor todo poderoso; qual dos tantos nomes que te chamo que o senhor me atendera?

Seus filhos educados sem, ao menos poder expor suas idéias entre certo e errado, hoje com a modernização onde tudo de ontem é ultrapassado...

Sem respeitar a ordem real das coisas...

Coloco frente a Frente Pai e filho, terá coragem de enfrentarem-se?

E nenhum ruído se escuta no infinito palco de justiça.

E o filho, que expõem sua opinião depois de alguns milhares de anos rapidamente fora se transformando em bailarina novamente e seu publico como quem acabará de viver um sonho real, com o corpo moído doloroso como quem acabará de ser atirado nas paredes do inferno por todas as direções, alguns levando as mãos ao rosto, com a expressão de “o que é mesmo que se passa”.

Assustam-se quando todas as luzes se acendem, a bailarina num jogo de luz e fumaça..

Some.

As pessoas ali se sentem realmente num inferno onde todos os sentidos estão perdidos e vagam, sobre as cores quentes e frias nebulosamente impossíveis de se notarem.

Quando se escuta ao fundo um grito, feminino e infantil.

Mamãe, cadê você?

O que está acontecendo?

As pessoas voltam cada uma a sua consciência e se dispersam.

A garota que antes perdida, encontra-se com a bailarina.

E pergunta.

 Você é o papai do céu?

Você é mais linda do que a bailarina que no meu quarto gira...

Filha somos todos iguais pais e mães você é o que seus avós já foram e o que seus netos vão ser...

Uma arvore antes de dar fruto passa por um ciclo...

Antes do Fruto vem a flor.

Antes da flor a arvore

Antes da arvore a semente

Antes da semente o fruto.

Antes do fruto vem à flor e assim completa-se ciclo...

Pai e Filho nunca se Afrontam, mesmo que um deles seja covarde...

Ao falar de amor, sempre veja antes o olhar de quem passa a ter falta do amor, pois viver sem o amor de um pai é viver na escuridão, clara, fria e quente do inferno.

Dançamos, vibramos com o gingado da bailarina da beleza inexistente. 

Por: Luan Júlio

Um comentário:

  1. CARACAs.. muito bom mesmo =]
    POETICO, Pronfundo,Simbolico demais.. Faz as pessoas viajarem nos multiplos significados q a poesia tras ...
    Magnifico..estupendo..

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